Por um Programa Anarquista Decolonial / For an Anarchist Decolonial Agenda

Federico Ferretti (Alma Mater Studiorum Università di Bologna)

What follows is an explanation in Portuguese (English translation below) of the main topics addressed by my paper, “For an Anarchist Decolonial Agenda: New Perspectives on Anarchism, Marronage, and Indigeneity from Brazil/Pindorama”, recently published by Antipode, as part of my commitment to circulate the results of my scholarship within the activist circuits involved in this research, whose members do not have access to subscription journals and do not always read English.

A revista internacional de geografia radical Antipode, que entre outras coisas teve o mérito de redescobrir os geógrafos anarquistas Elisée Reclus e Peter Kropotkin nos anos setenta, acaba de publicar meu artigo “For an Anarchist Decolonial Agenda: New Perspectives on Anarchism, Marronage, and Indigeneity from Brazil/Pindorama” (“Por um programa anarquista decolonial. Novas perspectivas sobre anarquismo e lutas indígenas e quilombolas desde Brasil/Pindorama”). Este artigo propõe novas perspectivas sobre o anarquismo e as lutas indígenas e afrodescendentes, discutindo o caso do compromisso dəs anarquistas brasileirəs com tais lutas. O artigo defende que as interseções de anarquismo e luta afro-indígena proporcionam contribuições que são fundamentais ao mesmo tempo para anarquismo e decolonialidade, que se enriquecem mutualmente de ideias e práticas.

A primeira parte do artigo baseia-se sobre uma análise das relações históricas entre anarquismo e grupos indígenas e afrodescendentes na área chamada América Latina, ou Abya Yala, ou Améfrica Ladina, para significar a importância das identidades outras que as ibéricas/europeias na história do continente (Zaragocin et al. 2022). A segunda e a terceira partes do artigo lidam com desafios atuais do anarquismo e das lutas afro-indígenas no Brasil através de visitas a lugares militantes, a retomadas de aldeias indígenas lutando contra a violência do Estado, do agronegócio e do extrativismo, e de entrevistas com militantes dos coletivos Teatro Motim (ES), Aurora Negra (SP), Colibri (Coletivo Libertário de Resistencia Indígena) e representantes das aldeias guarani Yrexakã e Takuá Ju Mirim (SP).

Figura 1: O local do Coletivo Aurora Negra no Rio Pequeno (SP) (foto do autor, 2023)

Primeiro, o artigo discute (desmentindo-os) alguns lugares comuns que pretendem que o anarquismo tradicional foi branco, colonialista e eurocêntrico exatamente como as outras ideologias socialistas de origem europeia. Pelo contrário, muitas pesquisas históricas sobre casos de estudo nos vários “Suls” (por autorəs como Silvia Rivera Cusicanqui, Kirwin Shaffer, Steven Hirsch, Geoffroy de Laforcade e outrəs) demonstraram que, especialmente na América Latina e no Brasil, existiram numerosos casos de proximidade histórica entre anarquismo e grupos indígenas e afrodescendentes, geralmente mais numerosos e precoces que no caso de outras tendencias políticas. Os casos citados foram as conexões estreitas entre Magonistas, Zapatistas e grupos indígenas durante a Revolução Mexicana (1910-1917) e os papeis importantes que militantes de origem africana jugaram nos movimentos anarquistas e anarco-sindicalistas de países como Cuba e Brasil no começo do século vinte. Nesse último caso, cita-se o progressivo redescobrimento destas histórias, junto com anedotas como a afirmação do jornal paulista A Plebe que, face as acusações feitas ao anarquismo de ser uma “planta exótica”, afirmou em 1920 que os únicos grupos não importados no Brasil eram então as indígenas (Cultura Libertária em Movimento 2010). No continente, o caso histórico mais significativo foi o do Peru, estudado por Hirsch, onde muitəs militantes anarquistas tinham ascendência indígena e o militante mais celebre, e leitor dos geógrafos anarquistas Reclus e Kropotkin, Manuel González Prada, escrevia panfletos invitando os indígenas à revolta contra estado e patrões brancos (González Prada 1978 [1908]).

Na segunda parte, apoiando-se também na literatura internacional mais recente sobre antirracismo e feminismo preto, o artigo lida com a questão das retomadas da terra pelos grupos quilombolas, baseando-se numa entrevista com militantes do Teatro Motim de Espírito Santo, ativəs nas lutas quilombolas na região do Sapé do Norte. Estas retomadas ocorreram nos últimos anos graças ao retorno de pessoas que foram expulsadas daquelas terras desde os anos setenta por conta da monocultura do eucalipto implantada por uma multinacional (Rede Alerta 2002). Um ponto fundamental da entrevista é que əs anarquistas que se envolvem na solidariedade às retomadas quilombolas não se consideram sendo “no movimento”, mas de ser “o movimento”, ao contrário dos políticos procurando consenso em período eleitoral, coerentemente com a tradição antiautoritária do anarquismo, que recusa ideias como as de “vanguarda” o de “intelectual orgânico”: todo o mundo é na luta, todo o mundo decide.

Isso também se conecta a um outro ponto central da convergência anarquista-quilombola, eis a ideia do quilombo como de uma comunidade que “não quer ser governada”, sendo historicamente os quilombos grupos federados e organizados de maneira horizontal, que desafiam as territorialidades do estado, exatamente como o anarquismo. E também importante considerar que, consoante estəs ativistas, o quilombo é uma comunidade aberta que não exclui sobre linhas étnicas ou raciais, o que capacita pensar quilombos e federações quilombolas como modelos para interseções entre lutas sociais rurais e urbanas, lutas indígenas e afrodescendentes, lutas feministas e ambientais, etc., questionando os movimentos baseados sobre noções excludentes o de “eixo único” (que seja classe, gênero, etnicidade ou outro). Eis, as interseções de anarquismo e decolonialidade sempre devem ser inclusivas.

Uma pergunta crucial para todos os grupos entrevistados foi sobre qual pode ser uma atitude anarquista sobre o problema da demarcação, que de um lado implica o reconhecimento do direito legal de indígenas e quilombolas a suas terras ancestrais (sempre mais disputado pela bancada ruralista e por várias forças políticas e sociais), mas do outro a aplicação de conceitos que não são anarquistas como o estabelecimento de confins e a mensuração da terra para seu controlo e propriedade (privada o comunitária). A resposta do coletivo Teatro Motim foi muito pragmática, e bem coerente com o que nos meios anarquistas se conhece como o “gradualismo malatestiano”, afirmando que pequenas reformas e melhorias não prejudicam a luta revolucionária por objetivos majores, à condição que venham de lutas e ações direitas desde abaixo, independentes de todo partido político. Efetivamente, essəs ativistas defendem que o estado tem a obrigação legal de deixar esses grupos com sua terra, e até aqui tudo bem, mas depois são os movimentos que devem continuar a luta independentemente e criar relações sociais novas.

Figura 2: Painel de demarcação no ingresso da aldeia Yraxakã (foto do autor, 2023)

Sobre demarcação, e importantes assuntos como o da luta contra o “Marco Temporal”, os coletivos Aurora Negra e Colibri, entrevistados na terceira parte do artigo, confirmaram substancialmente essa posição, insistindo, pois, sobre a necessidade de continuar a luta para a terra. Estes grupos enfatizam especialmente as relações de solidariedade que sempre existiram entre comunidades indígenas e quilombolas no Brasil tudo, que sugerem a necessidade de evitar todo tipo de essencialismo cultural o racial, conectando diversas tradicionais militantes. Isso aplicou-se também a minha específica posicionalidade de homem branco acadêmico, reconhecido como aliado na condição que o saber produzido por esse trabalho serva à luta. Eis, o anarquismo permanece internacionalista e em favor de solidariedades globais mesmo em conexão com decolonialidade, favorecendo mesmo a criação de modelos inclusivos, não nacionalistas y não comunitários, de decolonialidade e de anticolonialismo.

A visita que fizemos todəs juntəs às aldeias Yraxakã e Takuá Ju Mirim, e minhas entrevistas com as lideranças dessas aldeias, confirmaram os conteúdos das conversações precedentes com Aurora Negra e Colibri. Retomadas nos últimos anos, essas aldeias tentam sobreviver e no mesmo tempo salvar um dos últimos pedaços de mata atlântica que permanece no estado de São Paulo, perto do único rio não poluído na região, pois consideram portar uma maneira de viver, o de Bem Viver consoante a linguagem decolonial, mais respeitosa do meio ambiente e das relações sociais entre indivíduos do que acontece no mundo capitalista. Porém, essas aldeias precisam de ajuda de todo tipo, da entrega de sementes para cultivação de autoconsumo, até o problema da educação de suas numerosas crianças. Isso é um dos pontos nos quais os coletivos urbanos de apoio se estão mobilizando, com o projeto de abrir uma escola nas aldeias, em conexão com outras experiencias indígenas e quilombolas em outras regiões do Brasil, para resolver o problema da distância com as escolas publicas da região, e para estabelecer um experimento de ensino que considere a língua e cultura guarani ao mesmo tempo que os métodos da pedagogia libertaria. O desafio é difícil, e por isso é bom que essas experiencias sejam reconhecidas internacionalmente para que recebam apoio.

Figura 3: Na aldeia Takuá Ju Mirim (foto do autor, 2023)

Em conclusão, pode-se afirmar que a fertilização recíproca de anarquismo e luta afro-indígena sugere ideias originais para enriquecer de maneira interseccional, solidaria e internacionalista o conceito de decolonialidade. Se o anarquismo, no Brasil, na América Latina e no “Sul” em geral, se enriqueceu do contato com outras práticas de autogestão e luta, o anarquismo mesmo pode enriquecer a essas práticas com seu patrimônio de ideias e experiencias, sugerindo a necessidade da coerência entre teoria e prática, já evidenciada pela literatura sobre “descolonizar as metodologias”. Isso traduz-se na prática política pela coincidência dos meios utilizados e dos fins perseguidos, como dizia Errico Malatesta, para evitar a recuperação desses generosos movimentos por todo tipo de políticos ou intelectuais oportunistas.

Referências

Cultura Libertária em Movimento (2020) “Curso de extensão, coordenado por Carlo Romani e José Damiro de Moraes, UNIRIO.” https://www.youtube.com/playlist?list=PLRgK5UJOIKsnPsdVY0LSEO7npBknKZ69Y (last accessed 28 June 2024)

González Prada M (1978 [1908]) Nuestros Indios. Mexico City: UNAM https://archive.org/details/anarquia-manuel_gonzalez_prada (last accessed 28 June 2024)

Rede Alerta (2002) “Cruzando o Deserto Verde.” https://www.youtube.com/watch?v=U3yeep1BNRw (last accessed 28 June 2024)

Zaragocin S, Ramírez M M, García M A and González Mendoza Y (2022) Bilingual Intervention—“LatinX and Latin American Geographies: A Dialogue” / “Diálogo entre las geografías LatinX y latinoamericanas”. Antipode Online 8 August https://antipodeonline.org/2022/08/08/latinx-and-latin-american-geographies/ (last accessed 28 June 2024)

Por um Programa Anarquista Decolonial / For an Anarchist Decolonial Agenda

Federico Ferretti (Alma Mater Studiorum Università di Bologna)

The international journal of radical geography Antipode, which had the merit, among other things, of rediscovering anarchist geographers Elisée Reclus and Peter Kropotkin in the 1970s, has just published my article “For an Anarchist Decolonial Agenda: New Perspectives on Anarchism, Marronage, and Indigeneity from Brazil/Pindorama”. This paper proposes new perspectives on anarchism, indigenous identities, and Afro-descendant struggles, discussing the commitment of Brazilian anarchists to these fights. The article argues that the intersections of anarchism and Afro-indigenous struggles provide contributions that are fundamental to both anarchism and decoloniality, which are mutually enriched by this cross-fertilization of ideas and practices.

The first part of the article is based on an analysis of the historical relations between anarchism and indigenous and Afro-descendant groups in the region that is called either Latin America, or Abya Yala, or Améfrica Ladina, to signify the importance of identities other than the Iberian/European ones in the history of that continent (Zaragocin et al. 2022). The second and third parts of the article deal with current anarchist and Afro-indigenous struggles in Brazil through visits to militant events, indigenous villages fighting against state violence, agribusiness, and extractivism, and interviews with militants from the collectives Teatro Motim (ES), Aurora Negra (SP), and Colibri (Coletivo Libertário de Resistência Indígena), and representatives of the Guarani villages Yrexakã and Takuá Ju Mirim (SP).

Figure 1: The site of the Aurora Negra collective in Rio Pequeno, São Paulo (photo by the author, 2023)

The first part of the article discusses and challenges some commonplaces pretending that traditional anarchism was white, colonialist, and Eurocentric just like all other socialist ideologies of European origin. Against that, there is a lot of historical research on case studies in the various “Souths” (by authors such as Silvia Rivera Cusicanqui, Kirwin Shaffer, Steven Hirsch, and Geoffroy de Laforcade, among others) showing that, especially in Latin America and Brazil, there have been several cases of historical proximity between anarchism and indigenous and Afro-descendant groups, generally more numerous and earlier than for other political tendencies. The cases that I cite are the close connections between Magonistas, Zapatistas, and indigenous groups during the Mexican Revolution (1910-1917) and the important roles that militants of African origin played in the anarchist and anarcho-syndicalist movements of countries such as Cuba and Brazil in the early 20th century. In the latter case, I discuss the progressive rediscovery of these stories, along with anecdotes such as the statement of the São Paulo anarchist journal A Plebe which, before accusations made against anarchism of being an “exotic plant”, stated in 1920 that the only groups who were not “imported”, in Brazil, were then the indigenous (Cultura Libertária em Movimento 2020). On the continent, the most significant historical case was that of Peru, studied by Hirsch, where many anarchist activists had indigenous ancestry and the most famous historical anarchist, reader of Reclus and Kropotkin Manuel González Prada, wrote pamphlets inviting indigenous people to revolt against the state and the white bosses (González Prada 1978 [1908]).

In the second part, also based on the most recent international literature on anti-racism and black feminism, the article deals with the issue of land occupations by quilombola groups, based on an interview with militants from Teatro Motim in Espírito Santo, active in quilombola struggles in the Sapé do Norte region. These occupations took place in recent years thanks to the return of people who had been expelled from those lands since the 1970s due to the eucalyptus monoculture implanted by a multinational (Rede Alerta 2002). A fundamental point that emerged from this first interview is that anarchists who engage in solidarity with the quilombola land occupations do not consider themselves to be “in the movement”, but to be “the movement”, unlike politicians seeking consensus in electoral periods, coherently with the anti-authoritarian tradition of anarchism, which rejects notions such as “vanguard” or “organic intellectual”: everyone is in the struggle, everyone decides.

This also connects to another central point of anarchist-quilombola convergence, namely the idea of the quilombo as a community that “does not want to be governed”, as most quilombos are historically federated and horizontally organized groups, which challenge the territorialities of the state, just like anarchism. It is also worth considering that, according to these activists, the quilombo is an open community that does not exclude along ethnic or racial lines. This allows thinking of quilombos and quilombola federations as models for intersections between rural and urban social struggles, indigenous and Afro-descendant claims, feminist and environmental activism, etc., questioning movements based on exclusionary notions of “single axis” (class, gender, ethnicity, or other) struggle. This means that the intersections of anarchism and decoloniality should always be inclusive.

A crucial question for all the interviewed groups was about defining an anarchist attitude on the problem of demarcation of indigenous/quilombola land (formally granted by several Latin American legislations). On the one hand, this implies the recognition of these groups’ legal rights over their ancestral lands, although increasingly disputed by so-called “rural caucus” and by various political and social forces. On the other hand, it may imply the application of concepts that are extraneous to anarchism such as the establishment of boundaries and the measurement of lands for their control and (private or so) property. The response of the Teatro Motim collective was very pragmatic, and very consistent with what in anarchist circles is known as “Malatestian gradualism”, stating that small reforms and improvements do not harm the revolutionary struggle for major objectives, on the condition that they come from direct actions and struggles from below, independent from any political party. In fact, these activists argue that the state has a legal obligation to leave these groups with their land: so far so good, but then it is the movements that must continue the struggle autonomously and create new social relations.

Figure 2: Demarcation panel at the entrance to the Yrexakã village (photo by the author, 2023)

On demarcation, and on important issues such as the struggle against the “Marco Temporal”, the collectives Aurora Negra and Colibri, interviewed in the third part of the article, substantially confirmed this position. They likewise insist on the need to continue the struggle for the land. These groups especially emphasize the relations of solidarity that have always existed between indigenous and quilombola communities in Brazil, which suggests the need to avoid any kind of cultural or racial essentialism, connecting pluriversally different militant traditions. This principle also applied to my specific positionality as a white male academic, recognized as an ally on the condition that the knowledge produced by this work serves the struggle. Thus, anarchism remains internationalist, and in favour of global solidarities, even in connection with decoloniality, favouring the creation of inclusive, non-nationalist, and non-communitarian models of decoloniality and anti-colonialism.

During the visit we made together to the Yrexakã and Takuá Ju Mirim villages, my interviews with the representatives of these villages confirmed the contents of our previous talks with Aurora Negra and Colibri. Retaken in recent years on the ground of former indigenous land, Yrexakã and Takuá Ju Mirim are trying to survive and at the same time to save one of the last pieces of the original Atlantic rainforest that remain in the state of São Paulo, near the only non-polluted river in the region. Indeed, they consider that their way of life, or Bem Viver (Buen Vivir/Sumak Kawsay) following decolonial language, is much more respectful of both environments and social relations between individuals than the capitalist world. However, these villages need all kinds of help, from the delivery of seeds for self-consumption cultivation, to the problem of schooling their numerous children. This is one of the points on which the urban support collectives are mobilizing, namely through the project of opening a school in the villages, in connection with indigenous and quilombola experiences in other regions of Brazil, to resolve the problem of distance with the public schools in the region, establish a teaching experiment that considers both Guarani language and culture, and the methods of anarchist pedagogy. The challenge is difficult, and so it is crucial that these experiences are internationally recognized so that they can receive support.

Figure 3: In the village of Takuá Ju Mirim (photo by the author, 2023)

In conclusion, it can be argued that the cross-fertilization of anarchism and Afro-indigenous struggles suggests original ideas to enrich the concept of decoloniality in intersectional, solidary, and internationalist ways. As anarchism, in Brazil, in Latin America, and in the “South” in general, has been enriched by plural contacts with other practices of autogestion and struggle, it can enrich these practices with its heritage of ideas and experiences, suggesting the need for coherence between theory and practice, already stressed by the literature on “decolonizing methodologies”. This translates into political practice through the coincidence of means used and ends that is the only way, following Errico Malatesta’s ideas, to prevent the recovery of these generous movements by all kinds of opportunistic politicians or intellectuals.

References

Cultura Libertária em Movimento (2020) “Curso de extensão, coordenado por Carlo Romani e José Damiro de Moraes, UNIRIO.” https://www.youtube.com/playlist?list=PLRgK5UJOIKsnPsdVY0LSEO7npBknKZ69Y (last accessed 28 June 2024)

González Prada M (1978 [1908]) Nuestros Indios. Mexico City: UNAM https://archive.org/details/anarquia-manuel_gonzalez_prada (last accessed 28 June 2024)

Rede Alerta (2002) “Cruzando o Deserto Verde.” https://www.youtube.com/watch?v=U3yeep1BNRw (last accessed 28 June 2024)

Zaragocin S, Ramírez M M, García M A and González Mendoza Y (2022) Bilingual Intervention—“LatinX and Latin American Geographies: A Dialogue” / “Diálogo entre las geografías LatinX y latinoamericanas”. Antipode Online 8 August https://antipodeonline.org/2022/08/08/latinx-and-latin-american-geographies/ (last accessed 28 June 2024)